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sábado, 30 de maio de 2015

Como me tornei mãe

Quando fiz 2 meses de casada, descobri que estava gravida. Era uma época difícil de nossas vidas, não tínhamos como dar o que sempre sonhamos a um filho. Mas sempre confiei no que Deus queria pra mim. eu tomava remédio, mas esqueci 1 dia e foi O DIA!
Lembro que na época, uma prima minha tinha acabado de ter uma menininha, e era linda, fiquei apaixonada. Numa visita que fiz a ela, brinquei dizendo que também queria um bebe, minha tia (mãe da prima), mais que depressa disse: 
- Ter filho custa dinheiro, só com o quarto dela gastamos 8 mil reais. (ela sabia nossa realidade daquele momento).
Essa resposta doeu em mim, pois eu sabia a situação em que vivia, realmente eu não tinha 8 mil reais na epoca, mas ela não precisava ter falado aquilo, pois crianças não precisam de um quarto de 8 mil reais, p se alimentar e ser feliz. (faz o quarto quem pode e quer).
Vejo tantas crianças sem quartos e super felizes. rs (confesso que aquela resposta mexeu com meu orgulho, mas hoje nem ligo, eu era imatura naquele tempo).
Uma semana depois dessa visita, comecei a passar mal e notei que minhas roupas estavam ficando apertadas.
Num domingo, desconfiei da situação e fui a uma farmácia comprar um teste de gravidez, e pimba. POSITIVO!
eu e meu esposo ficamos desesperados com isso, pois não tínhamos condições de termos um bebê naquele momento, meu esposo não trabalhava pois a faculdade era em período integral, as únicas remunerações que tínhamos eram do estágio que ele fazia (que dava cesta básica) e uma mesada que ele recebia da avó, um dinheiro q o pai dele também mandava e meu salario (que ia todo pra mão da minha mãe por conta de um dinheiro que eu devia a ela).
Mas o desespero deu lugar a preocupação e começamos a ver pra onde correríamos. 
Meu esposo começou a procurar alunos para aulas particulares, fez um processo seletivo pra dar aulas num curso pré vestibular do governo, o estágio renovou com ele, e ainda deu um aumento, Tudo coisa de DEUS!
As coisas foram acontecendo, portas foram se abrindo. só sei que no final das contas, pudemos dispensar a mesada da avó dele, e também o dinheiro que o pai dele mandava. Essa foi a melhor parte, podermos caminhar sem ajuda financeira de terceiros.
Nesse meio tempo, fui demitida, mas mesmo assim continuamos confiando em Deus.
Quando eu estava com 8 meses de gravidez, minha pequena tinha apenas 6 pacotes de fraldas que a avó do meu esposo tinha dado de presente pra nós.
Mas ao completar 9 meses, vi novamente a mão de Deus sobre nossa família. lembram da minha tia que fez o quarto de 8 mil reais? Então, ela pegou o enxoval todo da netinha e me emprestou, e minha sogra deu 500 reais para comprar o resto das coisas que faltaram. daí pra frente foi só alegria. 
No dia 21 de janeiro de 2007 (domingo), entrei em trabalho de parto, queria muito um parto normal.
Fomos para o hospital na hora do almoço de ônibus, chegando lá, o medico fez o toque, e mandou voltar pra casa, pois não tinha dilatação e disse que o bebe viria na próxima semana, voltamos frustrados, pois eu sabia que tinha chegado a hora. 
Passei o resto da tarde e noite com dores. Meus esposo ficou com tanta dó que me levou de volta pro hospital, dessa vez de táxi, era de madrugada e não tinha mais ônibus. 
Chegamos no hospital e eu estava com 3 cm de dilatação, o médico perguntou se meu esposo queria me levar de volta pra casa e esperar mais um pouco pra internação. Meu esposo desesperado e sem dinheiro respondeu que não, que ele ia me deixar lá mesmo. hahaha
Fui internada as 2:30 da manhã, e depois disso, tudo piorou, a dor ficou insuportável, e eu não tinha posição, eu tinha vontade de berrar, mas tinha vergonha, evacuei de dor, e a enfermeira me olhava com a cara mais natural possível e dizia:
 -Calma! É assim mesmo... (isso me deixava louca, porque ela podia pelo menos conversar comigo, explicar o porque daquela dor insuportável, afinal de contas eu tinha acabado de fazer 22 anos e não sabia como funcionavam as coisas, naquela época eu não tinha acesso a internet e nunca tinha parido!
Nisso o medico vinha e fazia o toque pra ver a dilatação, e não evoluía, parou nos 3 cm. quando deu a hora do almoço, os médicos iam trocar o plantão, aí o que ia entregar o plantão, veio me avaliar e também avaliou uma outra gestante que estava em trabalho de parto e mais pressão alta. Nessa hora ele falou assim pra mim: Eu não posso deixar você esperar o parto normal, pois vai prejudicar você e seu bebê. Você não está evoluindo, o medico que virá no meu lugar fará o parto dela (a outra moça com pressão alta), e logo em seguida o seu.
Aí lembro da moça falar assim: 
-Não doutor, faz o dela primeiro, ela está sofrendo bem mais que eu.
Gente, se eu estivesse em condições, eu daria um beijo na boca dela naquela hora. hahaha
Os médicos trocaram o plantão, e lá fui eu pra sala de parto às 15:30 da tarde do dia 22 de janeiro (13 horas tentando parto normal e morrendo de dor). 
Quando o anestesista deu a injeção falei pra ele que a partir dali eu poderia esperar tranquilamente o parto normal, pois a dor havia passado. kkkkk
Deitei naquela mesa fina (medo de cair pro lado), e logo ouvi o choro mais lindo da minha vida, foi um momento único só meu, pois só estava eu ali, e de repente me entregaram um pacotinho com recheio cor de rosa cheia de sebo e fedorentinha, mas era o fedorzinho mais cheiroso da minha vida.
Maria Gabriela!!!
Minha pequena veio ao mundo com 2.780 kg e 47 cm, cheia de vida e linda!
Me levaram pra enfermaria com o pacotinho no meio das pernas, eu estava grogue, mas não fechei o olho um minuto com medo de roubarem ela de mim. (coisa de mãe né).
Meu esposo chegou no quarto e eu estava com os 2 peitos pra fora amamentando nossa cria linda!
Sacanagem da enfermeira não esconder um dos peitos né! eu não conseguia me mexer pra tentar ficar apresentável pro maridão. Mas desencanei, aquele momento eu estava me tornando mãe, e não esposa!
Ganhei minha pequena pelo SUS, e fui tratada muito bem, fiquei na enfermaria com mais três mães, e estávamos tão felizes e empolgadas que nenhuma de nós dormiu durante a estadia no hospital, Ficamos acordadas e conversando. Onde a enfermeira levava as crias, íamos todas atrás.
Tive uma recuperação rápida, ganhei a Gabi a tarde, e a noite já estava sentada na cama pra lanchar.
Hoje entendo perfeitamente o que Deus fez em nossas vidas!
Quando Gabi completou 1 aninho, fomos morar no Mato Grosso, só nós 3 (eu, ela e meu esposo), à 1.300 km de nossas famílias. Se eu não tivesse ela, eu não suportaria. Ela sempre foi minha companheira, nunca a deixei com ninguém, e onde vou eu carrego. minha filha, minha amiga, minha companheira pro resto da vida.
TE AMO MEU PRESENTE DE DEUS!